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segunda-feira, 8 de abril de 2013

O lado obscuro da Internet é usado na crescente prática de crimes cibernéticos


Nos últimos cinco anos, graças às denúncias, PF prendeu 150 agressores sexuais
Novo Hamburgo  - Ao mesmo tempo em que a Internet é fonte infinita de conhecimento e entretenimento, também tem seu lado obscuro, uma camada utilizada para a crescente prática de crimes cibernéticos como a pedofilia. Apesar de virtual, traz graves consequências para a vida real. Nesse cenário, o trabalho realizado por uma ONG vem contribuindo para inibir esse e outros abusos.
A SaferNet Brasil, que mantém a Central Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos (CND), recebeu em 2012 um total de 199 casos relatados de conteúdos ilícitos na Deep Web, o lado “invisível” da Internet. Desse total, 119 denúncias anônimas envolviam pedofilia.
Nos últimos cinco anos, graças às denúncias feitas à entidade, a Polícia Federal prendeu 150 agressores sexuais que usaram a web para divulgar imagens de abuso e violência sexual de crianças e adolescentes. Professor universitário na Bahia, o presidente da SaferNet, Thiago Tavares, lembra que o embrião da ONG foi uma pesquisa de campo realizada de 2002 a 2005
por meio de uma bolsa concedida pelo governo do Canadá. A intenção era descobrir o que o Brasil estava fazendo para enfrentar a utilização indevida da Internet para a prática de abusos sexuais contra crianças e adolescentes.
Na época, ele percorreu seis Estados, visitando as Polícias Civil e Federal, ONGs e provedores de Internet, além de realizar um levantamento no Congresso Nacional para mapear e listar os projetos que tratavam sobre o tema. Os resultados, no entanto, foram alarmantes. “Ao longo da
pesquisa, ficou claro que nada estava sendo feito no Brasil e que havia uma lacuna em termos de ações institucionais para o enfrentamento da pornografia infanto-juvenil na Internet”, relembra.
A partir disso, o governo do Canadá sugeriu a criação de um canal de denúncias. “A Polícia alegava que não havia investigações porque não havia denúncias, e não havia denúncias porque justamente não havia canais”, sublinha. Dessa forma, ele e um grupo de alunos e pesquisadores resolveram criar projeto-piloto que recebia as denúncias, produzindo relatórios técnicos que  subsidiassem a Polícia a iniciar investigações formais.
Na época, o projeto funcionava na Universidade Católica da Bahia. Em 2005, concluiu-se que era importante demais para ser encerrado. “Estávamos tão mobilizados pela gravidade do problema que decidimos criar uma instituição, a Safer-Net”, observa.
Trauma ocorre mesmo sem contato físico
Crimes virtuais que podem ter consequências irreversíveis. “Pela Internet, mesmo sem ter o contato físico, o impacto dessa violência na formação do desenvolvimento psicológico é gigantesco, tanto quanto nas situações em que ocorre contato físico. A violência sexual causa um grande trauma na formação do caráter e da sexualidade”, alerta o psicólogo e diretor de Prevenção e Atendimento da SaferNet, Rodrigo Nejm.A partir daí, passa a ocorrer uma dificuldade de relações de confiança com adultos. Oque começa como uma inocente conversa, muitas vezes termina com exibiçõesemfrente à webcam. “Ameaças de morte e chantagemtambém ocorrem, inclusive com o uso ou manipulação de fotografias”, alerta. Mas quais são os sinais que podem ajudar a identificar esse tipo de abuso? Mudança repentina no uso do computador, reações abruptas quando alguém se aproxima e brincadeiras eróticas que fogem do padrão para a sua faixa etária estão entre eles.“Também há casos de crianças que voltam a ter incontinência urinária e que passam a se incomodar com abraços de familiares, sintomas semelhantes ao de abusos sofridos na vida real”, diz.Mesmo não havendo contato físico, na Internet há o agravante de que os conteúdos tornam-se incontroláveis e, no futuro, podem gerar novos constrangimentos.

autor:Adair Santos
fonte:http://www.jornalvs.com.br

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