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quarta-feira, 26 de março de 2014

7.ª SDP.PR usa WatsApp como ferramenta de combate ao crime


25/03/2014

Neste mês de março, os delegados da 7ª Subdivisão Policial (SDP) de Umuarama criaram mais uma importante ferramenta no combate a criminalidade. O disque denúncia em forma de mensagens via WhatsApp, onde qualquer pessoa com um aparelho celular poderá enviar denúncias que serão lidas pelo setor de inteligência da 7.ª SDP.

Este sistema de Disque Denúncia via WhatsApp criado pela Polícia Civil de Umuarama é o primeiro a ser instalado no Estado do Paraná e já em pleno funcionamento para receber denúncias, críticas ou sugestões.

De acordo com o delegado-operacional de Umuarama, Fernando Ernandes Martins, haverá sigilo nas denúncias pois somente um policial do setor de inteligência ficará sob a responsabilidade de filtrar as mensagens. Os recados enviados não serão anexados em inquérito ou processo judicial, mas somente nas investigações policiais. Segundo Martins, a polícia terá que juntar provas materiais do que foi denunciado. Além de manter em sigilo o número do telefone que originou a denúncia. “"Temos o cuidado e o dever de cobrir com o sigilo e o anonimato da pessoa que realizou a denúncia”", afirmou o delegado.

Martins explica ainda que a pessoa poderá enviar fotos ou filmagens pelo próprio telefone. As mensagens serão filtradas até para que não haja abusos ou falsas denúncias. "“Só as notícias classificadas como verdadeiras serão encaminhadas ao setor competente para que investigue e resolva”", completou o delegado operacional.

O delegado-titular da 7.ª SDP, Pedro Luiz Fontana Ribeiro, relata que não há como a Polícia Civil do Paraná abrir mão das tecnologias no combate ao crime. "“A polícia de hoje é uma polícia técnica e cidadã. Essa nova ferramenta ajudará nas elucidações dos crimes como também no atendimento à população”. Ribeiro ressalta que qualquer cidadão poderá enviar não só denúncias, mas também reclamações, críticas, elogios ou sugestões”.

Já o delegado-adjunto do 7.ª SDP,  Antonio Angelo Colombo, lembra que o sistema não pode ser usado como forma para pedir socorro em uma situação emergencial. "“Em uma situação de urgência onde a presença da polícia é solicitada, a vítima continuará usando os telefones 197 da Polícia Civil, 190 da Polícia Militar, 193 do Corpo de Bombeiros ou o 199 da Guarda Municipal. Pois só dessa forma a rapidez no deslocamento da viatura será garantida”", diz.

Qualquer pessoa que tiver interesse, pode enviar mensagens para o número (44) 8830 2045. O cidadão tem a garantia da Polícia Civil que seu número de telefone não será revelado nem será usado em inquérito ou processo judicial.

fonte:http://www.policiacivil.pr.gov.br/modules/noticias/article.php?storyid=8674&tit=7.a-SDP-usa-WatsApp-como-ferramenta-de-combate-ao-crime

quinta-feira, 20 de março de 2014

Projeto social desenvolvido pela Polícia Civil ES já beneficiou mais de mil jovens


 14 Março 2014 

Conscientizar para prevenir. Essa é a ideia principal que os policiais civis atuantes no Projeto Papo de Responsa, desenvolvido pela Polícia Civil, buscam transmitir para adolescentes de diversas escolas da Grande Vitória. Temas diversos como a prevenção ao uso de drogas, crimes na internet, bullying, direitos humanos, cultura da paz, segurança pública, entre outros, são discutidos por meio de conversas informais com meninos e meninas com mais de 12 anos.
De acordo com o responsável pela Academia de Polícia (Acadepol), delegado Heli Schimittel, em cinco meses de atuação, 1075 alunos de cinco escolas diferentes foram beneficiados com o projeto. “Para este semestre, a expectativa é que esse número suba para 3700 jovens de nove escolas da Grande Vitória”, avaliou.
O chefe da Polícia Civil, delegado Joel Lyrio, ressaltou a importância do projeto na área da prevenção da violência. “O nosso trabalho não é só prender. Temos que agir como uma polícia judiciária, atender bem a população e trabalhar na prevenção”, afirmou.
Utilizando uma metodologia pautada em bate-papos entre os policiais e o público alvo, o Papo de Responsa busca aproximar a polícia da sociedade e vice-versa, permitindo, assim, uma atuação social mais intimista e sólida. Desta forma, a aproximação proporciona uma ação preventiva da Segurança Pública, a qual ajuda a mudar a visão da juventude quanto ao que é, quem é e qual é o papel exercido pela polícia no contexto social.
Os resultados já começaram a aparecer. O investigador Rogério Rangel, um dos integrantes da equipe do Papo de Responsa, conta o caso de uma mãe que o agradeceu pelas informações repassadas aos alunos da escola onde o filho estudava. “Ao final da reunião com os pais, a mãe de um aluno nos agradeceu dizendo que nós tínhamos livrado o filho dela do bullying. Agradeci e expliquei para ela que não fomos nós que conseguimos isso, mas os alunos que se conscientizaram porque eles nos escutaram”, relatou.
O investigador disse ainda que, após a passagem do projeto pelas escolas, os alunos passam a exercer a cidadania e a atuar como fiscalizadores de ações que não atingem a paz social. “As crianças passam a se conscientizar e elas mesmas começam a monitorar as atitudes dos colegas, evitando assim que certos comportamentos negativos que aconteciam antes da nossa passagem voltem a acontecer”, avaliou.

A experiência de atuar no projeto permitiu que Rangel tivesse uma grande alegria. Uma das escolas onde o projeto passou é especial, já que ele estudou na instituição quando era criança. “Voltar ao local onde eu estudei e poder transmitir uma mensagem positiva para outras crianças é gratificante”, afirmou.
A investigadora Danielle Leonel conta que além de escolas, o projeto está sendo desenvolvido em igrejas e associações de moradores com palestras e conversas informais que abordam questões variadas, como violência, bullying e drogas. “A demanda está tão grande, que para este semestre não temos mais disponibilidade para atender nenhuma escola”, falou. 

Projeto
O Papo de Responsa é um programa de educação não formal, executado pela Polícia Civil do Espírito Santo, baseado nas experiências e ações desenvolvidas durante a execução do mesmo programa pela Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro. Por meio da palavra e com atividades lúdicas, o Papo de Responsa visa coibir a violência. Para isso, a polícia estará presente no dia a dia das crianças, aproximando os policiais da comunidade em torno da escola.

As atividades começam a partir do convite feito pela escola interessada em participar do Papo de Responsa. O programa é desenvolvido em três momentos diferentes: Papo de Responsa, Um papo é um papo e Papo no Chão.
A primeira etapa, que leva o nome do projeto, é uma conversa entre policiais e alunos a qual tem como foco discutir sobre o tema escolhido junto à direção ou orientação pedagógica. Na maioria das vezes, são temas relacionados com a realidade educacional.
Em um intervalo de 45 dias, os alunos, sob a orientação dos professores, desenvolvem a criatividade e produzem materiais como textos, músicas, poesias, vídeos e colagens de fotos, mostrando a percepção deles sobre a problemática abordada.
Na segunda fase é “Um Papo é um Papo”, os jovens se tornam os protagonistas. Eles emitem suas opiniões sobre o tema abordado no primeiro encontro e escolhem algumas questões para serem aprofundadas. Nesta etapa, os policiais atuam como mediadores e são responsáveis pelo aprofundamento das questões levantadas pelos alunos.
Um mês após, os policiais retornam à escola e desenvolvem a última fase do projeto, intitulada de “Papo no Chão”, na qual os alunos e os policiais civis formam uma roda de conversa no chão da Academia de Polícia (Acadepol) e trocam ideias relacionadas a questões direcionadas sempre no tema proposto pela instituição.
Em seguida, acontece o papo com a família dos alunos onde os policiais ouvem a percepção dos pais e também como os adolescentes reagiram diante das novas informações.


fonte:http://www.pc.es.gov.br/component/k2/3970-projeto-social-desenvolvido-pela-policia-civil-ja-beneficiou-mais-de-mil-jovens

quinta-feira, 13 de março de 2014

Remorso


Certas coisas que parecem ser fáceis se mostram mais duras do que esperamos. E assim, nunca que ia imaginar no que estava me metendo quando chegou naquela delegacia do interior aquele colono velho, lá com seus 80 anos, meio-surdo, e já bem cegueta, dizendo ter sido roubado. Haviam pego seu cartão do banco, e retirado todo o dinheiro de sua conta. Notou o sumiço somente quando foi sacar sua aposentadoria, e o gerente lhe mostrou o extrato, com diversos saques vultosos. O velhinho teve que ser acudido para não ter um troço. Haviam rapelado suas economias feitas em anos.
Pior era que este mesmo velho tinha sido vítima do mesmo tipo de golpe a menos de um anos atrás, e mesmo assim não aprendeu a nunca deixar a senha junto do cartão na carteira. Naquela vez o autor era um de seus sobrinhos. E desta vez ele achava ter perdido o cartão em uma festa de família. De novo a suspeita recaia sobre a família.
Da outra vez, com ajuda das imagens das câmeras de segurança do banco, acabei descobrindo o tal sobrinho. As imagens eram claras, dava pra ver a cara inconfundível do gatuno. Já que era uma família de albinos, não tinha erro. Ver aquela cara branca, sacando um maço de dinheiro do caixa eletrônico matou a charada. O vagabundo tinha se aproveitado que o tio tinha viajado, e arrombou a casa do pobre velho, pegou um talão de cheques e o cartão com a senha.
Até lá fui ouvindo a familiarada, enquanto não chegavam as imagens do banco. Um tipo mais estranho que o outro, quem não era louco, era cego, surdo, e os que restavam sem-vergonha mesmo. Somente não ouvi os três sobrinhos que era sobre quem recaiam minhas suspeitas. Queria ouvi-los quando já tivesse as imagens em mãos.
No resumo das oitivas fiquei sabendo que o sobrinho autor do ultimo furto não estava na festa, então era um suspeito a menos, de resto, nenhum fato revelador, apenas que a família estava fazendo churrasco reunida, e o automóvel do velhinho estava estacionado no patio da casa, que era murada, com a carteira no porta-luvas.
Passados quase dois meses do fato, chagaram as imagens das câmeras de segurança, com  saques efetuados em cinco agências diferentes, talvez para não deixar suspeitas, mas o ladrão era muito amador, em todas imagens aparecia a mesma pessoa, um rapaz alto, magro, e é claro “polaco”. Eu não o conhecia mas com certeza era da família do velho.
Chamei a vítima para ver se reconhecia o autor nas imagens, mas como ele é bem cegueta, não conseguiu ver nada, mesmo com o rosto colado na tela do computador. Mas perguntei a ele sobre um moça morena cor de cuia que aparecia em uma das imagens, aguardando o rapaz sentada em uma motocicleta em frente a agência, e ele respondeu que seu outro sobrinho, Fagner, filho de seu outro irmão, possuía uma motocicleta azul, parecida com a que eu vira nas imagens.  OK, então tudo levar a crer que o ladrão seria o tal Fagner.
Chamei a irmã dele e o pai. A irmã ao ver as imagens se fez de “loca”, dizendo não conseguir reconhecer a pessoa, pois, em certas imagens ele estava de óculos escuros e em outras de boné, como se isso tornasse a pessoa irreconhecível (como o super-homem que mete um óculos na fuça e ninguém mais o reconhece). Disse a ela que se a pessoa é da familia, até de costas se reconhece, mas a ordinária se fez de desentendida. Pra mim quem acoberta ordinário, o é o tanto quanto.
Logo mandei o pai do suspeito entrar. Ouvir pai, mãe, irmãos, esposa normalmente não leva a muita coisa, pois, a tendencia é de acobertarem as safadezas do acusado, pois, ao meu ver, se são do mesmo meio tendem aos mesmos vícios. Mas por incrível que pareça o Sr. Moacir, era gente humilde, lavrador com as mãos calejadas da lida, que criou cinco filhos a muito custo e sacrifício, e reconheceu o filho logo na primeira imagem. Ficou indignado, mal acreditando no que via. Seu filho mais novo, “roubando” o dinheiro do pobre tio, um velhinho decrepito, viúvo, que não tinha ninguém por ele nesse mundo.
O Moacir dava pulos na cadeira, xingava de vagabundo, marginal, e se perguntava como que um filho que criou com tanto custo, foi dar nisso. Vi que o homem estava fora de si, e com receio das consequências tentei minimizar, dizendo que Fagner era novo, tinha só 18 anos, havia cometido um erro e não era o fim do mundo, que tinha que assumir seus ato e consertar a cagada que tinha feito. Moacir ficou envergonhado, e prometeu pagar todo dinheiro a seu irmão, nem que tivesse que vender as roupas do corpo.
Como já era sexta-feira, deixei para conversar com Fagner na segunda. Naquele dia pela manhã fiquei envolvido com outras oitivas, e ao meio dia fui almoçar na casa de um amigo. Papo vai, papo vem, o tal amigo me pergunta se eu sabia da ultima. Despreocupado perguntei que tinha acontecido. Disse ele que um rapaz havia se enforcado naquela manhã mesmo. Perguntei que rapaz, e ele disse que um tal que havia “roubado” um dinheiro do tio. Senti uma coisa ruim subindo da boca do estomago. Acrescentou ele que parecia que naquela manhã o pai do enforcado havia  ligado pra tirar satisfações, dizendo que ele era a vergonha da família, que agora não poderia mais sair na rua de vergonha, que todos na cidade sabiam que ele tinha criado um ladrão, e que a partir daquele momento ele não era mais seu filho, e que ele iria fazê-lo pagar todo dinheiro, nem que tivesse que tirar seu couro para isso. E assim por remorso, medo do pai, ou vergonha, o guri saiu de moto estrada a fora, entrou mato, com uma corda nas mãos, subiu numa arvore e se “pendurou”. Foi encontrado naquela manhã, após sua mulher ter chamado a policia, estranhando seu sumiço.
Nisso que deu minha investigação, o que parecia tão fácil, apenas um furto, facilmente elucidado, tinha virado uma tragédia. Um turbilhão de emoções tomou conta de mim. Será que eu poderia ter evitado? Ter feito algo diferente? Por descobrir a verdade, um jovem com toda vida pela frente acabou se matando. Fagner não tinha antecedentes criminais, nunca tinha aparecido na delegacia, e nunca apareceu.  Imagino o trauma do pai, da mãe, e de toda família. Por pior que seja uma família, uma morte sempre é triste.
Quem poderia imaginar que algo tão banal poderia acabar nisso? Mesmo fazendo tudo certo, as coisas fugiram de meu controle, e até hoje “me da um ruim” ao recordar.