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sexta-feira, 8 de março de 2013

PERFIL DAS FORÇAS DE SEGURANÇA ESTADUAIS


Obs.: por ser um trabalho bastante extenso, preferi dividir em três partes, uma para cada instituição.
Parte 1 Polícia Civil, Parte 2 Polícia Militar e Parte 3 Bombeiros.



Parte 1



O Brasil passa por um momento de transformação da segurança pública. Trata-se da consolidação e o aprofundamento da segurança cidadã. Um de seus elementos centrais é o ser humano, os profissionais de segurança pública, que se constituem como sujeitos dessa transformação.
Os entrevistados da presente pesquisa de Profissiografia foram os profissionais de cargos mais numerosos nas instituições: as praças (tanto das Policiais Militares, como dos Corpos de Bombeiros) e os agentes/investigadores das Polícias Civis. Tendo o foco nessas funções, o estudo representa um avanço ao retratar e descrever as atividades do ponto de vista de quem as executa. De todas as Unidades da Federação, 21.000 profissionais – policiais civis, policiais militares e bombeiros militares – contribuíram com suas experiências e opiniões.
Perfil Profissiográfico e Matriz Curricular Nacional
A Matriz Curricular Nacional caracteriza-se por ser um referencial teórico-metodológico para orientar asAções Formativas dos Profissionais da Área de Segurança Pública – policiais militares, policiais civis, peritos e bombeiros militares.



Objetivos e Justificativa
O processo de mapeamento de competências permite que as necessidades de treinamento e capacitação sejam apontadas de forma mais eficaz, pois define as competências ou as habilidades que o profissional deve desenvolver. Assim, alinhar as competências individuais dos seus profissionais com as competências necessárias para que atinjam seus objetivos estratégicos, constitui um importante passo no sentido do aprimoramento das Instituições de Segurança Pública. Os resultados desta pesquisa também serão utilizados para fim de aprimoramento da Matriz Curricular Nacional.



PERFIL DOS PARTICIPANTES POLÍCIA CIVIL
Missão constitucional
Art. 144, § 4º da Constituição Federal: às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem, ressalvada a competência da União, as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as militares.
Atenção, discrição, perspicácia. Preparo para decidir em fração de segundos. Capacidade de buscar informações que possam desvendar a autoria e a materialidade de uma infração penal.
Conhecimento nas mais diversas áreas que o habilite a encontrar algo que aos olhos comuns passa desapercebido. Técnica na execução de suas tarefas para não comprometer os trabalhos. Percepção do momento exato de mudar da atuação velada para a ostensiva, sem comprometer a sua integridade física e de outras pessoas e preservando a investigação.
Empregar a arma para preservar a própria vida ou a de terceiros com precisão, consciente de que a melhor arma de que dispõe é a lei. Paciência para ouvir e imparcialidade para reproduzir, com fidelidade, um evento narrado por outras pessoas. Inteligência para conduzir a investigação, lançando mão de todos os recursos legais no intuito de cumprir a função de polícia judiciária, elevando o nome da Instituição.
Fazer uso de todas as competências técnicas e comportamentais para resolver os crimes que estiver investigando.
“Zelar pela própria integridade física e de seus parceiros” é a competência técnica considerada mais importante pelos respondentes da pesquisa.
A amostra que fundamenta a elaboração do perfil profissiográfico e do mapeamento de competências do cargo de Agente/Investigador da Polícia Civil foi de 3444 policiais:
- sendo 77,4% do sexo masculino e 22,6% do sexo feminino,
- com idade média de 40,40 anos.
- Quanto ao estado civil, a grande maioria, 67,7% dos Agentes da Polícia Civil, são casados.
- A média do tempo de serviço e do tempo no cargo é de 12,07 anos e de 11,65 respectivamente.
- Observa-se ainda que 40% possuem nível superior completo.
- Com relação às Regiões da Federação, observa-se que o maior percentual de respondentes encontra-se na Região Sudeste (38,3%) e o menor percentual na Região Norte (9,6%).
Quanto ao local de lotação, 31,4% estão na Área Administrativa e 68,6% na Área Finalística.



LEVANTAMENTO DAS TAREFAS DO CARGO DE AGENTE/INVESTIGADOR DE POLÍCIA CIVIL


As três tarefas consideradas mais difíceis, dificuldade média a alta, foram:
-  “Comparecer e preservar o local de crime”;
- “Escoltar presos” e;
-  “Participar de reconstituições de crimes”.

Tais tarefas foram classificadas como de média a alta importância, porém não são realizadas freqüentemente.
Quanto à importância, os participantes apontaram como mais relevantes:
- “Participar de cursos de capacitação e especialização”,
“Zelar pelos bens, equipamentos e instalações”
Outras sete tarefas alcançaram a segunda maior média em termos de importância, destacando-se aqui as três consideradas, além de muito importantes, as mais difíceis:
- “Comparecer e preservar o local de crime”;
- “Realizar Campanas” e;
- “Entrevistar partes envolvidas, bem como presos”.
Destaca-se que essas três tarefas fazem parte de uma tarefa maior que consiste na investigação.
Em termos de frequência, destacam-se como tarefas mais executadas:
- “Zelar pelos bens, equipamentos e instalações”;
- “Cumprir ordens de serviço/missão” e;
-  “Dirigir viaturas”.
MAPEAMENTO DE COMPETÊNCIAS
COMPETÊNCIAS TÉCNICAS NECESSÁRIAS PARA O CARGO



Para a execução das tarefas descritas anteriormente, foram identificadas as competências técnicas e comportamentais necessárias.



AGENTE/INVESTIGADOR DE POLÍCIA CIVIL
“Atuar demonstrando noções de mecânica e de física, quando necessário”, “Ao monitorar comunicações telemáticas, ser capaz de aplicar conhecimento sobre os sistemas e segurança da informação, mantendo bom relacionamento com as operadoras de serviço” e “Ao realizar infiltrações, demonstrar conhecimento sobre o organização e funcionamento do ambiente infiltrado, antevendo situações de risco” destacaram-se com menor média de DOMÍNIO, indicando repertório pouco desenvolvido, apesar de serem classificadas como competências muito importantes.
Já as competências técnicas de maior importância incluem “Ser capaz de zelar pela própria integridade física e pela de seus companheiros no atendimento a diversas ocorrências”, “Capacidade de utilizar armas e munições, quando necessário” e “Aplicar os procedimentos de segurança ao realizar as tarefas inerentes ao cargo”. Isso indica que estas competências são fundamentais ao trabalho do Agente Policial Civil e devem ser continuamente reforçadas no ambiente organizacional, considerando que os respondentes indicaram que possuem domínio médio a alto. As competências que os agentes afirmaram possuir menor domínio (menores médias) devem ser passíveis de ações de capacitação e desenvolvimento no âmbito da Polícia Civil, caso atendam aos interesses e necessidades da Instituição.
Competências Comportamentais



COMPETÊNCIAS COMPORTAMENTAIS NECESSÁRIAS PARA O CARGO DE AGENTE/INVESTIGADOR DE POLÍCIA CIVIL
“Capacidade de resistência à frustração”, “Trabalhar sob pressão” e “Capacidade de agir com inteligência emocional” foram alguns dos aspectos sobre os quais os policiais civis relataram possuir menor domínio.
Tais resultados podem indicar a necessidade de se investir mais no preparo emocional dos servidores, de modo que possam lidar com as diferentes ocorrências sem se envolverem ou se sobrecarregarem emocionalmente, demonstrando a imparcialidade esperada de um agente de estado.
Dessa forma, os policiais podem conjugar um serviço de qualidade ao mesmo tempo em que têm mais condições de preservar sua saúde mental, afastando o
estresse e as doenças decorrentes. Destaca-se que todas as 38 competências comportamentais elencadas foram consideradas pela maioria como sendo alta ou extremamente importantes, sendo as três de maior média:”Ser honesto”; “Agir com profissionalismo” e “Demonstrar cordialidade e respeito”.



FATORES RESTRITIVOS
Alguns são reconhecidos e aceitos pelos respondentes como totalmente incompatíveis com o exercício funcional da profissão e outros como limitadores do desempenho individual. Na pesquisa foram analisados os fatores psicossociais restritivos levantados pelo grupo focal, características estas que tornam um candidato inapto para o cargo.



RANKING FATOR RESTRITIVO AO CARGO
AGENTE/INVESTIGADOR DE POLÍCIA CIVIL
1 Dependência de entorpecentes
2 Falta de idoneidade moral
3 Alcoolismo
4 Antecedentes criminais graves (nos últimos 10 anos)
5 Psicopatologias em geral
6 Doenças crônicas que impossibilitem o exercício da função
7 Patologias graves
8 Deficiência física que impossibilitem o exercício da função
9 Não possuir Carteira Nacional de Habilitação (CNH)



CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como pode ser observado, ser um profissional de segurança pública exige inúmeras competências técnicas e comportamentais para que as diversas tarefas pertinentes possam ser executadas com segurança, qualidade e com a máxima assertividade. Tal exigência é reforçada, principalmente, nas atividades de alto risco para os profissionais, para as pessoas presentes no local dos fatos e para aqueles diretamente envolvidos e atendidos.
Dessa forma, a pesquisa de profissiografia e mapeamento de competências aponta para a importância de se repensar, planejar e executar cuidadosamente as ações relacionadas a toda a trajetória de um profissional dentro da sua instituição, ou seja, da seleção até o desligamento



Fonte:Secretaria Nacional de Segurança Pública, Ministério da Justiça



Departamento de Pesquisa, Análise da Informação e Desenvolvimento de Pessoal em Segurança Pública - DEPAID
Coordenação do Projeto Qualidade de Vida para Profissionais de Segurança Pública Esplanada dos Ministérios, Bloco “T”, edifício sede, 5º andar, sala 504
E-mail:
qualivida.seguranca@mj.gov.br
© 2102 Ministério da Justiça
Todos os direitos reservados. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte e que não seja para venda ou qualquer fim comercial.
* este material é um resumo da pesquisa “PERFIL PROFISSIOGRÁFICO E MAPEAMENTO DE COMPETÊNCIAS DAS FORÇAS DE SEGURANÇA ESTADUAIS”

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