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terça-feira, 11 de junho de 2013

Propostas alternativas para prevenção da criminalidade ganham força em Caxias do Sul


09/06/2013 

Integração entre instituições e Justiça Restaurativa são as bases de projetos
Voluntário da Defesa Civil Jober Lopes Vieira está empenhado em tornar a cidade menos violenta, mas esbarra nas deficiências da rede
Foto: Porthus Junior, Agência RBS
Adriano Duarte e Silvana de Castro
Jober Lopes Vieira é voluntário da Defesa Civil em Caxias do Sul. Aos 17 anos, ele já socorreu baleado, ajudou na recuperação de dependente químico, alertou banhistas sobre riscos de afogamento e colaborou no acolhimento de vítimas de tragédia, como no incêndio que destruiu casas na Vila Sapo, em agosto do ano passado.

Apesar da pouca idade, o adolescente está empenhado em tornar a cidade menos violenta. Mas ele tem uma frustração: constatou a deficiência da vasta rede de apoio da cidade. Em janeiro, ele e a equipe da força-tarefa contra o crack identificaram uma mulher que queria tratamento para se livrar do vício.

A dependente foi encaminhada para o Centro de Atenção Psicossocial Reviver (Caps). De lá, orientaram que a mulher fosse atendida no Postão 24 horas para um exame de raio x.

— Fiquei lá ao lado dela até a noite, dando força. Fizemos raio x. Chegamos no Caps de novo às 21h05min, e não aceitaram ela. Quando eu fui pela primeira vez, ninguém me falou que precisava de um mandado do postão encaminhando ela para o Caps. Ninguém me avisou nada. Ela me olhou, começou a chorar e me falou a seguinte frase: como é que vocês querem me ajudar se vocês não se ajudam. E hoje está usando crack de novo — relatou o adolescente.

A falta de comunicação entre as instituições públicas é um dos desafios para os próximos anos. Agumas iniciativas, porém, merecem crédito. Desde segunda-feira e até outubro, policiais, agentes da área de segurança, guardas municipais, líderes comunitários, assistentes sociais, profissionais da saúde e representantes de ONGs participam da capacitação Gestão de Processos de Pacificação Social. Um dos integrantes do curso é Jober.

A ideia é estimular a criação de planos de prevenção da violência. Para isso, os vínculos entre os órgãos e entidades que integram a rede precisam ser estreitados. A capacitação, oferecida a 500 pessoas, integra o projeto Gestão Local da Violência e Criminalidade, elaborado pela Guarda Municipal em 2011, em um convênio entre o governo federal e o município. O projeto tem como princípio que a prevenção da violência não é atribuição exclusiva das forças policiais.

A outra alternativa para a pacificação social é a Central de Práticas Restaurativas do Juizado da Infância e Juventude, inaugurada na Universidade de Caxias do Sul. Ali, adolescentes e seus familiares poderão resolver pequenos conflitos sem a necessidade de abertura de um processo na Justiça. Essa mudança só foi possível graças a um pacto firmado entre promotores, Juizado da Infância e Juventude, Guarda Municipal, defensores públicos, Brigada Militar, prefeitura e Polícia Civil.

— Para restaurar a paz, precisamos reinventar a justiça. Precisamos construir uma justiça que cura ao invés de ferir, uma justiça que dialoga ao invés de impor, que promove encontros e não perseguições — diz um dos idealizadores da proposta, juiz Leoberto Brancher.

Ainda é cedo para saber se esse é o caminho para devolver a tranquilidade em uma cidade marcada pela violência. Mas os primeiros passos foram dados

fonte:http://pioneiro.clicrbs.com.br/rs/geral/noticia/2013/06/propostas-alternativas-para-prevencao-da-criminalidade-ganham-forca-em-caxias-do-sul-4163339.html

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