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sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Rapaz enfrenta uma maratona para ser preso


Condenado por assalto passou o dia tentando se apresentar a uma unidade do semiaberto

Sérgio Augusto Marques, 47 anos, e sua mulher, Gilciara Freitas, 44 anos, viveram na noite de quinta-feira a insólita situação de comemorar ao ver o filho entrar em um presídio para cumprir pena.

Acompanhado pelos pais, o jovem Alexsander Freitas Marques, 21 anos, passou o dia correndo de um lado para o outro na tentativa de ser preso, mas não encontrou a acolhida que esperava da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe).

Em maio passado, Alexsander foi recolhido ao Presídio Central por assalto a ônibus. Acabou condenado a seis anos e nove meses, a cumprir em regime semiaberto. Mas não foi transferido. No dia 7 de dezembro, segundo a família, a Justiça intimou a Susepe a corrigir a situação. Alexsander continuou no Central.

Na segunda-feira, a Justiça determinou que Alexsander fosse liberado para prisão domiciliar, por um período de 48 horas. Depois, deveria se apresentar à Susepe para ser escoltado até uma casa prisional do regime semiaberto.

O jovem deixou o inferno do Central na tarde de terça-feira e passou um dia e meio com a família, em Viamão. Deveria se apresentar até as 18h de quinta, para não ser considerado foragido. Ao meio-dia, o trio já estava diante da sede da Susepe, na Capital. Encontrou as portas fechadas.

— Ficamos esperando no sol, até reabrir, à tarde – conta Sérgio, o pai.

Quando a família foi atendida, recebeu a informação de que Alexsander iria para Charqueadas – e que a Susepe não oferecia escolta ou transporte. A família, no entanto, não tinha dinheiro para o transporte.

— Se não ele não se apresentar no horário, consideram fuga. Aí, se pegam ele na rua, não adianta explicar que não tinha vaga. A Brigada Militar não quer nem saber. Ele vai para o regime fechado — reclamou o pai, na tarde de quinta..

Jovem só conseguiu vaga em Gravataí no fim do dia

Diante do impasse, uma tia de Alexsander buscou ajuda na Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa. Resultado: Alexsander deveria se apresentar no Instituto Penal Pio Buck, da Capital. Para não perder o horário, a família conseguiu carona com um amigo. No Pio Buck, foram barrados. Não havia vaga. Que fossem embora.

— Sou primário e réu confesso. Eu me entreguei para cumprir pena e recomeçar a vida. Não quero ser foragido. Faltam só quatro meses para sair em condicional. O tempo está correndo, mas só me mandam de um lado para o outro e dizem que não tem vaga — desabafou Alexsander.

Com a tarde se aproximando do fim, a família correu de volta à Susepe. Passava das 17h quando deixaram o edifício, agora com a recomendação de se apresentar em Gravataí. O prazo foi estendido para as 20h. A viagem, por conta própria, foi feita na incerteza. Pai, mãe e filho temiam ser barrados de novo. Às 18h40min, Alexsander foi admitido. Sérgio e Gilciara se sentiram aliviados.

— Estou feliz — disse a mãe.
Imagem: http://blogdainseguranca.blogspot.com.br/
Fonte:
http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/policia/noticia/2013/01/rapaz-enfrenta-uma-maratona-para-ser-preso-4014836.html

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