O dentista Tiago Valença estava passando pela Rua Dona Maria Vieira, localizada no bairro Ilha do Retiro, em Recife, quando percebeu a existência de um buraco na via e decidiu compartilhar a informação. Tirou uma foto e postou no Colab, aplicativo que funciona como uma espécie de rede social voltada para cidadania. Algum tempo depois, a situação estava resolvida. Assim como ele, outros 50 mil usuários decidiram entrar na rede para relatar problemas de suas cidades, propor novos projetos e avaliar serviços públicos.
A ideia do aplicativo
Colab surgiu com a proposta de criar uma gestão colaborativa da cidade. Após conversas com gestores públicos, urbanistas, arquitetos e cidadãos, a plataforma foi lançada em março de 2013. Com pouco tempo de uso, já acumulou bons resultados, como o prêmio de melhor aplicativo urbano do mundo, no AppMyCity, e o vencedor na categoria tecnologia, da 2ª edição do Prêmio Cidadão Sustentável.
“A gente queria conectar as pessoas com as cidade”, explicou Gustavo Maia, empreendedor e especialista em marketing político. Ao lado de outros quatro sócios, Paulo Pandolfi, Josemando Sobral, Bruno Aracaty e Vitor Guedes, ele começou a idealizar o Colab. Segundo Maia, a intenção era unir pessoas com um interesse comum e servir de comunicação entre o cidadão e a prefeitura. “A gente lançou a ideia primeiro em Recife, abriu para Pernambuco e, logo em seguida, expandiu para todas as cidades do Brasil”.
O Colab funciona como um rede social, em que o usuário faz a sua postagem e também pode interagir com os problemas relatados por outros cidadãos. “Eu acho que esse aplicativo facilita o link [com a prefeitura] e apresenta uma direção de como reclamar de alguma coisa. Às vezes, você posta no Facebook uma reclamação e fica sem respostas”, afirmou o adepto Valença, que utiliza a plataforma há três meses.
Entre os temas mais frequentes no Colab, estão os problemas de mobilidade urbana e calçadas irregulares. De acordo com empreendedor Gustavo Maia, as denúncias compartilhadas pelos usuários são encaminhadas aos órgãos públicos responsáveis. “No Colab o buraco [ou outro problema] vem geolocalizado, mostrando a foto, quem postou, o números de pessoas que já viram aquela situação e estão se relacionando com ela”, contou.
“Para o setor público, no começo a gente era visto como uma ameaça”, lembrou. No entanto, o empreendedor acredita que o papel do aplicativo é facilitar o caminho para que as pessoas possam informar onde estão as dificuldades que elas estão se relacionando diariamente. “O problema é o buraco que está na rua. Não é a pessoa tirar uma foto para simplesmente mostrar”, comentou.
O aplicativo é gratuito e está disponível para sistema Android e IOS. Para desenvolver a plataforma, foram investidos aproximadamente R$ 500 mil. Atualmente, o Colab está inscrito em um fundo de tecnologia que tem aportado dinheiro e sustentado a iniciativa. De acordo com Maia, eles estão estudando algumas formas de retorno financeiro com a ferramenta.
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